sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

o nosso padrão é chato que se fartadisto !

“Todo o mundo já viu pessoas discutindo. Às vezes, a discussão soa engraçada; noutras ocasiões, apenas desagradável. Seja como for, como quer que soe, acredito que podemos aprender algo muito importante ouvindo os tipos de coisas que elas dizem.

Dizem, por exemplo: "Você gostaria que fizessem o mesmo com você?"; "desculpe, esse banco é meu, sentei-me aqui primeiro"; "Deixe-o em paz, que não lhe está a fazer nada de mal; "Por que é que você teve que passar à frente?"; "dê-me um pedaço da sua laran­ja, pois eu também lhe dei um pedaço da minha"; você prometeu!" Essas coisas são ditas todos os dias por pes­soas cultas e incultas, por adultos e crianças”.

Todas estas formas de descontentamento entre interlocutores parecem apelar para um qualquer “padrão” de comportamento, que parece, por um lado: obrigar, esses mesmos interlocutores, a alguma coisa, e por outro a reclamar alguma coisa sobre algo que permanece escondido; parece que há desta forma uma reclamação desse mesmo padrão, mesmo que esse “ padrão” não seja consciente no momento do próprio descontentamento entre os indivíduos.

Este padrão não só parece ser a fonte, a origem, do descontentamento de outrem, como ao mesmo tempo reclama ao “outro” um conhecimento prévio desse mesmo padrão, ou seja, o descontentamento de “um” é reclamado sobre a falta de reconhecimento do padrão por parte do “outro”.

Parece então que a pessoa que tece estes comentários, não está apenas a expressar o quanto lhe desagrada o comportamento de seu interlocutor, mas também está a reclamar o reconhecimento desse tal “padrão”, esse tal modelo, esse tal peso, essa tal medida, ao “outro”.

Parece haver uma espécie de acordo oculto entre ambos quanto ao âmbito da conversa, mesmo que fosse de forma inconsciente, culminando assim num desentendimento por razões diferentes mas sobre um âmbito comum, o tal “padrão”.

Assim sendo pretende-se afirmar que ambos reconhecem tal coisa como uma Lei, uma regra, uma norma um “padrão” do qual ambos reclamam razões.

Antes de concluir, vejamos o que normalmente as pessoas alegam: o estar distraido!

“não estar atento”, não invalida o âmbito comum onde se joga o “padrão”, antes o reforça, pois caso contrário a própria pessoa que alegou estar distraída não pediria desculpa, (não por não ter culpa) mas por não entender do que é que o outro estaria a falar; não teria anúncio, nem reconhecimento do âmbito onde se joga o padrão.

Pois é e concluindo, a todos aqueles que ao fazerem algo de errado, argumentem dizendo que não o é, não se esqueçam que é só porque têm uma noção qualquer do que é ser errado que afirmam o seu contrário.
Exemplo para idiotas: matar é errado, logo aplica-se a pena de morte ( em alguns casos e países) a quem matou!
Ou sou muito burro, ou alguém não passou do 4º ano de escolaridade, e consequentemente também não sabe o que quer dizer um principio.
Caso a sua acção tenha uma razão cultural, ler "post" anterior - Morte cultural.

Lewis.C.S, Cristianismo puro e simples, São Paulo, 2005,1ªed. PJ 5

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